CONSTRUTORAS DE CRICIÚMA NÃO SENTEM OS EFEITOS DA CRISE

Os principais problemas decorrentes da crise internacional ainda não afetaram a construção civil, um dos setores de destaque do Sul do Estado. As empresas do setor veem sentindo algumas dificuldades, como no volume de negócios com pessoas da região que moram nos Estados Unidos, mas ao mesmo tempo perceberam o aumento das vendas para emigrantes que estão na Europa. Já no mercado interno, o setor tem sido beneficiado com a queda nos juros e o aumento dos incentivos governamentais para a aquisição da casa própria.

Como consequência, imobiliárias que comercializam imóveis a pessoas que moram nos Estados Unidos também sentiram os efeitos dos problemas da economia mundial. Segundo José Mondardo, após a recente queda do dólar e seu retorno a patamares superiores a R$ 2,30, houve uma sensível melhora das vendas de imóveis para emigrantes, mas nada que se compare ao ano de 2003, quando a moeda americana chegou próximo a R$ 3,90. "O volume de vendas para emigrantes dos Estados Unidos caiu bastante, mas quem mora na Europa continua investindo", afirma ele.

Construtoras registram aumentos

Apesar da situação não favorável, há construtoras que têm aumentado os negócios com pessoas na terra norte-americana. Segundo Rogério Cizeski, proprietário da Criciúma Construções, quando o dólar estava a R$ 1,60 eram comercializados entre quatro a cinco imóveis com emigrantes por mês. Hoje esse número aumentou para pouco mais de 20 unidades mensais, com a ajuda também das compras feitas por criciumenses que moram no Velho Continente. "A Europa toda está investindo mais na compra de imóveis, pois o euro está mais valorizado", diz. Cizeski afirma que a maioria dos seus clientes, tanto da Europa quanto dos Estados Unidos, são pessoas que estão legalmente nos países e têm uma certa estabilidade financeira. "São pessoas que passam dez meses na Europa e ficam no Brasil visitando a família por dois meses", exemplifica.

Fonte: Edição de Matéria Jornal A Tribuna - Milena Nandi
Foto: Rodrigo Medeiros - A Tribuna